No último relatório Focus de 2016, os economistas e as instituições de mercado voltaram a piorar as perspectivas para a atividade econômica no próximo ano. Com o décimo corte consecutivo, a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2017 caiu a 0,5%. Há uma semana, a expectativa era de que houvesse elevação de 0,58% do índice. Um mês atrás, a estimativa era ainda mais positiva, com avanço de 0,98%.
Conforme os números divulgados pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira, o mercado também piorou a projeção para a economia neste ano. Para os economistas, o PIB deverá fechar 2016 com queda de 3,49%. Na semana passada, a retração era estimada em 3,48%. Há quatro semanas, o cenário também previa recuo de 3,49%.
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Na contramão, as perspectivas para a inflação melhoraram – tanto para 2016 como para 2017. Apresentado a sétima projeção seguida de queda, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deverá fechar em 6,4% neste ano. O número confirma a tendência dos últimos relatórios do BC, com a inflação entrando no teto da meta: há uma semana, o IPCA já era previsto em 6,49% – abaixo do limite de 6,5%, definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No cenário apontado quatro semanas atrás, o indicador era previsto em 6,72%.
Para o próximo ano, a inflação é projetada em 4,85%. Uma semana atrás, o IPCA era previsto em 4,9%. Já há quatro semanas, a expectativa do mercado era de que o indicador tivesse variação de 4,93%.
Câmbio
De acordo com o documento publicado pelo BC, a cotação do dólar norte-americano estará em R$ 3,37 no encerramento de 2016, ante R$ 3,38 de uma semana antes. Há um mês, estava em R$ 3,35.
Para o fim de 2017, a mediana para o câmbio passou de R$ 3,49 para R$ 3,50 de uma divulgação para a outra, ante R$ 3,40 de um mês antes.
Taxa de juros
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a expectativa para a taxa básica de juros ao fim de 2017. O relatório Focus trouxe que a mediana das previsões para a Selic no final do próximo ano seguiu em 10,50% ao ano. Há um mês, estava em 10,75%.
A perspectiva de inflação dentro da margem ainda em 2016 foi reforçada pelo IPCA-15 de dezembro, que indicou inflação de 0,19% – a menor taxa para o mês desde dezembro de 1998. Além disso, o Banco Central atualizou, no RTI, suas projeções para a inflação e passou a estimar índice de 6,5% em 2016 – portanto, no teto da meta. Para 2017, o BC projeta inflação de 4,4% em seu cenário de referência. As sinalizações mais recentes da instituição são de um corte maior da Selic em janeiro.