O grupo paulista CPFL Energia concluiu a compra da AES Sul e assumiu de vez a operação da concessionária que atende 1,3 milhão de consumidores nas regiões central e oeste do Estado. A partir de agora, a antiga AES Sul passa a se chamar RGE Sul, e a nova distribuidora promete maior agilidade no restabelecimento de energia em temporais – uma queixa recorrente dos clientes.
Para isso, a RGE Sul planeja investimento de R$ 1 bilhão ao longo de três anos na área de concessão. Dessa forma, ao fortalecer a rede de energia elétrica, pretende reduzir o tempo de espera pela retomada da luz em situações adversas.
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– Com redes mais robustas e a troca de postes de madeira pelos de concreto, há menos ocorrências e sobra mais tempo pra restabelecer aquilo que caiu. A agilidade associada à automação permite que se gerencie e se transfira carga com mais rapidez. Dessa forma, com uma logística adequada, investimentos, uma rede mais robusta e automatizada, consegue-se reduzir o tempo de interrupção – explica o vice-presidente de Operações Reguladas da CPFL Energia, Luís Henrique Ferreira Pinto.
Já na madrugada de terça-feira, no início do segundo dia de operação da RGE Sul, a nova distribuidora teve de enfrentar as adversidades de um temporal que deixou milhares de moradores sem luz nas duas áreas de concessão.
– Foi um teste para a nossa diretoria para recompor o sistema, e teste melhor do que esse não tem. Na nossa avaliação, tivemos uma reação muito boa em termos do que tínhamos de clientes (sem luz) pela manhã e o número no fim do dia – disse o presidente da RGE e recém empossado presidente da RGE Sul, José Carlos Saciloto Tadiello.
Investimento não deve provocar aumento da tarifa
Apesar do aumento de investimento pela RGE Sul – o montante gasto pela AES Sul era de cerca de R$ 250 milhões por ano –, não há previsão de incremento na tarifa para o consumidor. A distribuidora justifica que os custos da empresa, inclusive com investimento, representam somente 20% do cálculo da tarifa. O restante é composto por compra de energia, tributos e outros custos setoriais.
– Não haverá nenhum tipo de solavanco na tarifa por conta desse investimento, porque a empresa precisa investir na sua rede para criar uma base de crescimento. Isso é necessário e traz interferência muito pequena ou quase imperceptível na tarifa – reforça Pinto.
Anunciada em junho, a compra da concessionária, aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), não provoca mudanças expressivas ao consumidor. Os clientes estão recebendo cartas com a apresentação da nova distribuidora e dos canais de comunicação. Os serviços prestados, como fatura por e-mail e débito em conta corrente, seguem mantidos.
Fechada em R$ 2,8 bilhões, a aquisição inclui o pagamento de R$ 1,7 bilhão ao conglomerado americano AES e a incumbência de dívidas de R$ 1,1 bilhão da concessionária. A CPFL Energia assume 65% do mercado de distribuição de energia elétrica no Rio Grande do Sul e passa a atender 2,8 milhões de consumidores gaúchos, já que também é dona da RGE.