Depois de quatro anos, o o Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira por reduzir a Selic em 0,25 ponto percentual, deixando a taxa básica do juro em 14% ao ano. A expectativa do mercado era mesmo de queda.
A aposta é que o anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom) tenha iniciado um novo ciclo de baixa da taxa básica, na tentativa de recuperar o fôlego da atividade econômica, barateando o crédito e estimulando os investimentos no setor produtivo.
Veja como a queda divulgada pelo Copom afetará a economia:
Consumo
A inflação em tendência de queda aliada à redução do juro tende a tornar o crédito mais barato e, com isso, incentivar o consumo, mas se espera que demore um pouco para o consumidor sentir os benefícios na ponta. O consumo também depende de outras questões, como mercado de trabalho e renda.
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Aplicações financeiras
Seguem interessantes investimentos em renda fixa a taxas pré-fixadas. Apesar da expectativa de queda da Selic nos próximos, como a inflação também tende a cair, as taxas de rendimento seguem elevadas. CDBs, fundos de renda fixa, LCI e LCA são opções. Períodos de queda de juro também favorecem a renda variável, mas como a bolsa vem subindo muito, é necessário cautela.
Investimentos de empresas
Os investimentos produtivos das empresas (ampliações, novas unidades, compra de máquinas e equipamentos) tendem a reagir nos próximos meses. Juro em queda deixa menos atrativo colocar o dinheiro em aplicações ligadas à Selic, o que também é feito devido à recessão. Com a possibilidade de a economia reaquecer, as empresas voltam a pensar em investir na produção.
Nível de emprego
O desemprego avançando no Brasil. No trimestre encerrado em agosto, alcançou 11,8%, o equivalente a 12 milhões de desocupados no país. A queda no juro tende a incentivar a retomada da economia e, no médio prazo, contribuir para a melhora do mercado de trabalho.
Financiamentos
Com o início de um ciclo de corte na taxa de juro, os financiamentos tendem a ficar um pouco mais barato nos próximos meses. Hoje, estão em níveis recordes. Se isso acontecer, será mais um elemento a ajudar a retomada da economia, com crédito mais barato para empresas e consumidores. Outro fator que encarece o crédito é a inadimplência, causada pelo desemprego e queda da renda.