A despeito da melhora dos índices de confiança do consumidor, o ímpeto dos lojistas gaúchos para as contratações de final de ano está abaixo do verificado ano passado, mostra pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS). Sondagem realizada pela entidade com 384 empresas – de Porto Alegre, Ijuí, Pelotas, Caxias do Sul e Santa Maria indica – que somente 13,4% dos estabelecimentos que costumam ter aumento de vendas no período pretendem recrutar trabalhadores temporários. Ano passado, quando a economia não mostrava sinais de sair da crise, o percentual foi de 22,7%.
O presidente da Fecomércio, Luiz Carlos Bohn, atribui o resultado à insegurança dos lojistas quanto aos resultados da comercialização no final do ano.
– O empresário só vai contratar se tiver a segurança de que vai vender mais. Há muitas empresas que ainda não ajustaram o seu quadro ao ponto que precisariam na expectativa de que a situação poderia melhorar. Mas há muita ociosidade ainda – avalia Bohn.
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Os dados da Pesquisa de Temporários 2016 apontam ainda que as contratações devem ser por um período menor. Ano passado, 58% dos estabelecimentos ainda não haviam iniciado as admissões até o final de agosto. Agora, o percentual sobe para 72,7%.
Conforme o levantamento, 49,8% das lojas devem repetir o número de contratações do ano passado. Somente 9,7% dos estabelecimentos vão aumentar as vagas e 35% pretendem absorver um contingente menor. A maior parte das oportunidades (85,2%) é para atividades de vendas ou setor comercial.
Bohn ressalta ainda que, como grande parte da seleção será feita nas próprias lojas, para os interessados a melhor alternativa para conseguir uma colocação é bater de porta em porta à procura das vagas. De acordo com a pesquisa, um quarto dos temporários terão chance de efetivação.