Em época de crise, com empregos perdidos e redução de renda, muito mais gente se dá conta de como seria bom ter uma reserva financeira. Pois não é coisa do outro mundo começar a criar essa poupança e deixar lá, guardada e crescendo, para montar um pé-de-meia.
Especialistas em finanças reconhecem que é cada vez mais desafiador sobrar algo no final do mês. Mas o segredo não está na pressa. O primeiro passo é olhar as contas sem medo, mirar nas dívidas e ver onde se pode começar a cortar para, logo adiante, iniciar a poupança. A mentalidade precisa mudar.
– O grande inimigo hoje de se começar a ter uma cultura de poupança para o futuro é o consumismo imediato, sem poupar antes de gastar. Aos poucos, é necessário inverter isso – diz o educador financeiro Adriano Severo.
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Ele lembra que, entre as décadas de 1980 e 1990, a alta inflação obrigava as pessoas a gastar logo o dinheiro antes que ele perdesse o valor. Esse comportamento, avalia, deixou uma herança que passou para a geração seguinte. O hábito de fazer o rancho, comprando tudo de uma vez só no supermercado, era uma das marcas disso.
Saber consumir é outra chave para aprender a poupar. O educador financeiro Jó Adriano da Cruz cita as promoções nas vitrines das lojas como exemplo:
– É começar a desenvolver inteligência financeira, não consumir por emoção. Não olhar somente o preço da prestação, por exemplo. E se perguntar se realmente aquilo é necessário naquele momento.
Para começar a poupar com consciência, é preciso fazer um raio-X da renda mensal e dos gastos. Todos eles. É ter controle do que entra e sai para, logo em seguida, tomar decisões. Pode ser preciso quitar contas e cortar gastos, ações que levam alguns meses para abrir uma brecha nas contas. Eis a oportunidade.
– O fim de uma prestação, por exemplo, pode ser o gatilho para uma reserva técnica. O ideal é se ter seis meses da renda mensal guardados para imprevistos. O que se juntar para além desse valor pode virar o pé-de-meia – diz Jó Adriano.
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