As instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) reduziram a projeção de inflação para 2016. De acordo com o relatório Focus divulgado nesta segunda-feira, a expectativa do mercado é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre o ano em 7,25%. Na semana passada, a previsão era mais negativa, prevendo variação da inflação de 7,34%.
Esta foi a segunda redução seguida das projeções do Focus para a inflação. A pesquisa é feita pelo BC junto ao mercado financeiro todas as semanas. Para 2017, a estimativa também caiu: de 5,12% para 5%.
As previsões seguem acima da meta de inflação, de 4,5%, neste ano e em 2017. Para 2016, o cálculo também ultrapassa o teto da meta, de 6,5%. No próximo ano, o teto da meta é 6%.
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Queda menor do PIB
O relatório Focus diminuiu a previsão de retração do Produto Interno Bruto (PIB) para 2016. O mercado espera que o atividade no Brasil recue 3,14% neste ano. Na última semana, a expectativa era de recuo de 3,15%.
Para 2017, o cenário é mais favorável, com perspectiva de PIB positivo. No entanto, o mercado reduziu a previsão de crescimento de 1,30% no próximo ano – menos que a estimativa de 1,36%, divulgada na semana anterior.
No segundo trimestre de 2016, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB recuou 0,6% em relação ao primeiro trimestre do ano e teve retração de 3,8% ante o segundo trimestre de 2015. No ano, o PIB acumula baixa de 4,6% e, em 12 meses, recuo de 4,9%.
Redução do dólar
O mercado indicou que a cotação do dólar estará em R$ 3,29 no encerramento de 2016, abaixo dos R$ 3,30 da projeção da semana anterior. Um mês atrás, a projeção também estava em R$ 3,29. O câmbio médio de 2016 permaneceu em R$ 3,45 – um mês antes, estava em R$ 3,43.
Para o fim de 2017, a mediana para o câmbio seguiu em R$ 3,45 de uma divulgação para a outra – mesmo valor de quatro semanas atrás. Já o câmbio médio de 2017 passou de R$ 3,39 para R$ 3,37 – estava em R$ 3,38 um mês atrás.
Taxa de juros estável
À espera do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), a ser divulgado nesta terça-feira pelo BC, os economistas de mercado mantiveram as previsões para a taxa básica de juros neste e no próximo ano. A expectativa para a Selic no fim de 2016 seguiu em 13,75% ao ano. Já a taxa básica para o fim de 2017 permaneceu em 11% ao ano. Há um mês, as projeções eram de 13,75% e 11,25%, respectivamente.
Na última ata do Copom, o colegiado condicionou o corte de juros no Brasil a três fatores que "permitam maior confiança no alcance das metas para a inflação": a limitação do choque dos preços dos alimentos, a desinflação de itens do IPCA em velocidade adequada e a redução das incertezas sobre o ajuste fiscal.