A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou julho com alta de 0,52%, ante uma variação de 0,35% em junho. Os principais responsáveis pela subida dos preços foram os alimentos. Segundo os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação no grupo Alimentação e bebida acelerou de 0,71% em junho para 1,32% no último mês.
A alta dos alimentos foi a mais acentuada para meses de julho desde o ano 2000, quando os preços ficaram 1,78% mais caros. No ano de 2016, entre janeiro e julho, os alimentos já aumentaram 8,79%.
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Em julho, a contribuição do grupo Alimentação e bebidas representou 65% de toda a inflação para o mês.
– Problemas climáticos afetaram as lavouras. Há menor oferta de forma geral provocada pelo clima – justificou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.
Os prejuízos à safra afetaram não só os alimentos in natura, mas também pastagem e ração para o gado, pressionando o preço do leite.
– O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola apontou redução da safra de quase 10%. Isso é muito significativo – acrescentou Eulina.
O leite, principal vilão na gôndola do supermercado, subiu 17,58% em julho, o equivalente a um impacto de 0,19 ponto porcentual sobre o IPCA. Em quatro das treze regiões pesquisadas, o litro do leite teve alta superior a 20%: Belo Horizonte (23,02%), Rio de Janeiro (22,47%), Brasília (21,76%) e Vitória (21,76%).
Já o feijão carioca deu a segunda maior contribuição para a inflação de julho, com alta de 32,42% e impacto de 0,13 ponto porcentual sobre o IPCA. Em Curitiba, o preço do quilo do feijão carioca aumentou 45,20%; em São Paulo, o aumento foi de 43,98%.
O feijão preto aumentou 41,59%, enquanto o feijão mulatinho ficou 18,89% mais caro e o fradinho subiu 14,72%. O arroz também registrou elevação nos preços, de 4,68%. Na direção oposta, ficaram mais baratos a cebola (-28,37%) e a batata-inglesa (-20,00%).
A taxa acumulada do IPCA no ano ficou em 4,96% até o fim de julho. Em 12 meses, o resultado está em 8,74%. Embora acima do teto da meta estipulada pelo governo, de 6,5%, a inflação acumulada fechou julho no menor patamar desde maio de 2015, quando estava em 8,47%.
Na capital gaúcha, variação da inflação fica acima da média nacional
Porto Alegre registrou a quinta menor inflação para julho entre as capitais pesquisadas pelo IBGE. No entanto, a aceleração foi superior à média nacional, com aumento de 0,57% dos preços em julho. A elevação contrasta com os números de junho, quando a capital gaúcha teve recuo de 0,02% no IPCA.
No acumulado de 2016, Porto Alegre tem inflação de 5,74%. Já nos últimos 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo aponta um aumento de 9,41% nos preços na cidade.