Depois de dois meses em queda, o desemprego voltou a subir na região metropolitana de Porto Alegre. O percentual de desempregados chega a 10,3% da população economicamente ativa: são 196 mil trabalhadores sem emprego atualmente.
O grupo equivalente a quase quatro estádios como a Arena do Grêmio ou o Beira-Rio lotados. Se todas as pessoas sem trabalho na região residissem em um único município, a cidade seria a 10ª mais populosa do Rio Grande do Sul.
Em maio eram 195 mil pessoas sem emprego e o índice era de 10,2%.
Em março, pior resultado no ano, o desemprego chegou a 10,7%. Os dados aparecem na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED-RMPA), divulgados pelo DIEESE, FEE e FGTAS na manhã desta quarta-feira.
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Na comparação de 12 meses, o contingente de desempregados teve um acréscimo de 28 mil pessoas. A redução de 99 mil postos de trabalho no período foi atenuada pela saída de pessoas do mercado de trabalho da Região (menos 71 mil).
A indústria de transformação, que vinha abrindo vagas nos últimos dois meses, voltou a fechar postos de trabalho. Em junho foram 14 mil a menos, anulando os 12 mil empregos criados em maio no setor. O segmento é um dos mais atingidos pela crise e um dos que mais vem demitindo desde o início da recessão. O comércio também encolheu, foram 3 mil vagas a menos.
O melhor desempenho coube ao setor de Serviços, que desacelerou forte a criação de vagas, mas conseguiu abrir 4 mil postos em junho. Em maio, 12 mil vagas haviam sido abertas.
A redução do número de assalariados ocorreu em maior parte do mercado formal. Foram 33 mil a menos com carteira assinada. O encolhimento foi compensado em parte pelo aumento do número de trabalhadores autônomos (mais 23 mil, ou 10,8%) e de empregados domésticos (mais 3 mil, ou 3,6%).