Instituições financeiras reduziram a estimativa para a inflação neste ano pela oitava semana consecutiva. Por outro lado, a projeção para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016 foi alterada na 15ª piora seguida. O resultado integra o relatório Focus, que é divulgado às segundas-feiras pelo Banco Central (BC). O documento traz previsões de instituições financeiras consultadas semanalmente sobre os principais indicadores da economia.
A estimativa para a queda do PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, foi alterada de 3,88% para 3,89% neste ano. Para 2017, a projeção subiu de 0,30% para 0,40%, no segundo ajuste seguido.
De acordo com o relatório, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, passou de 6,98% para 6,94%. Para 2017, a projeção foi reduzida de 5,80% para 5,72%, no quarto ajuste consecutivo.
Leia mais
Como é feito e para que serve o relatório Focus, do Banco Central
Demissões de chefes de família quase dobram em um ano na Grande POA
Desemprego chega a 10,9% e atinge 11 milhões de pessoas no primeiro trimestre de 2016, diz IBGE
Mesmo com as reduções, as estimativas estão acima do centro da meta, que é 4,5%. O limite superior da meta de inflação é 6,5% neste ano e 6% em 2017. Cabe ao Banco Centra fazer com que o índice fique dentro da meta. Um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e a inflação é a taxa básica de juros, a Selic.
Quando o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) a aumenta, busca conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.
O BC tem que encontrar equilíbrio ao tomar decisões sobre a taxa básica de juros, de modo a fazer com que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.
A projeção das instituições financeiras para a Selic, ao final de 2016, foi mantida em 13,25% ao ano. Para o fim de 2017, a expectativa passou de 12% para 11,75% ao ano. Atualmente, a Selic está em 14,25% ao ano.
Já a previsão para a queda da produção industrial passou de 5,80% para 5,83%, este ano. Para 2017, a projeção de crescimento foi ajustada de 0,54% para 0,50%.
A estimativa para a cotação do dólar passou de R$ 3,80 para R$ 3,72 ao fim deste ano e de R$ 4 para R$ 3,91 no fim de 2017.