Pela quarta semana consecutiva, segundo o relatório Focus, economistas do mercado financeiro baixaram a estimativa para a inflação neste ano. Por outro lado, a publicação, divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC), também mostra que a projeção dos analistas para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2016 piorou novamente.
De acordo com o relatório, a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, caiu de 7,31% para 7,28%. Já a previsão para a queda do PIB neste ano passou de 3,66% para 3,73%.
Para o próximo ano, a estimativa para a inflação segue em 6% há oito semanas consecutivas. As projeções ultrapassam o centro da meta, que é 4,5%. O teto da meta é 6,5% neste ano e de 6% em 2017.
Para 2017, no terceiro ajuste seguido, a expectativa de crescimento do PIB foi reduzida de 0,35% para 0,30%.
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Em um cenário de retração da economia, as instituições financeiras esperam que o Banco Central reduza a taxa básica de juros, a Selic. A expectativa para a taxa ao final de 2016 passou dos atuais 14,25% para 13,75% ao ano. Para 2017, a mediana das expectativas (desconsiderando os extremos nas projeções) é de que a Selic encerre o período em 12,50% ao ano.
Essa previsão de redução da Selic é feita mesmo com a afirmação do BC de que não trabalha com a possibilidade de flexibilização de política monetária. Em entrevista coletiva de apresentação do Relatório de Inflação, na última quinta-feira (31), o diretor de Política Econômica do BC, Altamir Lopes, reforçou que não deve haver redução da Selic.
– O mercado que se ajuste – disse.
A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Comitê de Política Monetária (Copom) barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.
A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que foi ajustada de 7,43% para 7,41% neste ano. Para o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), a estimativa passou de 7,68% para 7,67% em 2016.
A expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), segue em 7% em 2016. Já a projeção para os preços administrados foi alterada de 7,30% para 7,40% neste ano e mantida em 5,50% em 2017.
Além disso, o cálculo para a cotação do dólar passou de R$ 4,15 para R$ 4 no fim de 2016 e de R$ 4,20 para R$ 4,10 ao final do próximo ano.
*Zero Hora com informações da Agência Brasil