Se a indústria metalmecânica Randon vem amargando queda de receita, o mesmo não se pode dizer do ramo de alimentos da família de Raul Randon. Os negócios da RAR/Rasip tiveram faturamento líquido de quase R$ 200 milhões em 2015. A expectativa é crescer ainda mais com investimentos que estão sendo feitos em Vacaria.
Entre as principais novidades do braço do agronegócio da Randon, está a abertura de uma franquia de varejo, o aumento da produção de maçã e a primeira colheita de oliveiras. Tem ainda a ampliação da fabricação de queijos e controle das vendas de vinhos e espumantes, antes a cargo da Miolo.
Destaque para os investimentos na fabricação de mais um tipo de queijo. A empresa produz em torno de 1 mil toneladas por ano do queijo do tipo grão formaggio, o que gerou um faturamento de R$ 50 milhões. Agora, o projeto é fazer o parmesão, que será comercializado em rodelas de mais de oito quilos, mas também pode ser fracionado ou ralado.
Vai ser o segundo tipo de queijo fabricado pela marca. Com isso, o grupo vai precisar de mais leite. Hoje, a Rasip produz 50% do leite que consome. São 22 mil litros por dia. O projeto é chegar a 40 mil.
Para ampliar a fabricação de queijo, a empresa vai aproveitar uma nova câmara de armazenamento com capacidade para 100 toneladas de queijo. Depois do incêndio que atingiu a empresa em 2014, a fábrica foi ampliada de 1,6 mil para 6,5 mil metros quadrados de área construída.
A Rasip também é a maior importadora de queijo italiano dos tipos grana padano, parmiggiano regiano e pecorino romano. São 200 toneladas por ano. A novidade é que agora passará a importar também salame, prosciutto crudo (presunto cru) e mortadela da cidade de Parma, na Emilia Romagna. Os frios serão fracionadas na Rasip. Já há autorização do Ministério da Agricultura para isso, registro que saiu há 15 dias. A empresa espera colocar à venda até o fim do ano.
Terceira fabricante nacional de maçãs, a Rasip também está terminando a colheita com expectativa de 15% de crescimento, mesmo com quebra da safra em função do clima. Segundo o diretor-superintendente da Rasip, Sérgio Barbosa, os pomares atingiram a plenitude do quarto ano de vida. Serão colhidas 80 mil toneladas e o faturamento previsto é de R$ 120 milhões, um valor recorde. Nesta época de colheita, são empregadas 2,2 mil pessoas.
Neste ano, vai ser feita também a primeira colheita dos 35 hectares de oliveiras que foram plantados há três anos. Em 2016, vai se alcançar uma amostragem de 500 litros de azeite, que serão produzidos no Chile. A previsão é de que no ano que vem já se consiga produzir 5 mil litros.
A família Randon também planta 80 hectares de uvas que resultam nos vinhos da marca RAR, fabricados pela Miolo. Para 2017, a intenção é que a Miolo só fique com a produção. A Rasip passará a comercializar, já que o canal de venda é o mesmo de seus produtos premium, como queijos e azeites. Serão lançados também dois novos varietais: sauvignon blanc e um espumante brut rosé pinot noir.
E para tocar adiante todos estes negócios, será criada uma rede de franquias para comercializar os produtos da marca. É o Spaccio RAR. A primeira unidade vai abrir em Vacaria em até 90 dias. O espaço de 160 metros quadrados ficará ao lado da fábrica aproveitando o movimento da BR-116, no caminho para Santa Catarina.