Influenciada pela perspectiva de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva venha a ser confirmado no ministério da presidente Dilma Rousseff, a bolsa de valores de São Paulo fechou nesta terça-feira com uma queda expressiva de 3,56%, aos 47.130 pontos. Na segunda-feira, o índice Ibovespa caiu 1,55%, já afetado pelo fortalecimento dos rumores relacionados ao ex-presidente.
Para o mercado financeiro, que torce por uma mudança de governo, a chegada de Lula poderia significar uma guinada à esquerda do Planalto e o abandono de qualquer tentativa de levar adiante o ajuste fiscal. Da Mesma forma, o ex-presidente, investigado na Operação Lava-Jato, passaria a ter foro privilegiado.
Influenciado por noticiário sobre Lula, dólar sobe 3%
Impulsionada pelo noticiário político, a bolsa paulista passou nos últimas semanas por um movimento de forte alta apelidado de rali do impeachment. Apenas nas duas semanas anteriores, subiu dos 41,6 mil para os 49,6 mil pontos.
- O mercado vê com descofiança a volta de Lula ao cenário político. Sem nenhuma novidade após as manifestações de domingo, também é natural que o mercado realize lucros - diz Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da corretora Nova Futura.
Estrelas do rali do impeachment, como as estatais, caíram forte ontem. O papel do Banco do Brasil despencou 21%. A ação preferencial da Petrobras, a mais negociada da petroleira, caiu 10%. Pelo lado positivo, se destacaram exportadoras de celulose, beneficiadas pela alta do dólar. Fibria subiu 7% e Suzano 9%.