A Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical e Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS) criticaram nesta quarta-feira a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa básica de juro (Selic) em 14,25% ao ano. Segundo as entidades, a não redução da taxa pode deixar mais distante a recuperação da economia do país.
"O combate ao avanço dos preços deveria vir também da política fiscal, mas os governos apresentam muita dificuldade de controlar os seus gastos. Nos parece que só há uma saída plausível no curto prazo: o encaminhamento urgente de reformas estruturais pelo Congresso", defendeu o presidente da FIERGS, Heitor José Müller.
"Os níveis de inflação continuam extremamente elevados e se acelerando, o que prejudica ainda mais o planejamento de longo prazo das empresas”, completou em nota.
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Para a Força Sindical, ao manter a taxa Selic, "o governo penaliza o setor produtivo e a geração de empregos e renda. É uma decisão nefasta, baseada em uma política econômica equivocada, que acelera a economia em direção a um redemoinho de incertezas, penalizando os trabalhadores". A Central ainda disse que a atual política de juros prejudica a atividade econômica, deteriora o mercado de trabalho e a renda, aumenta o desemprego e diminui a capacidade de consumo das famílias.
A CUT entende que juros altos aumentam os lucros de banqueiros e especulares, e concentra a renda ainda mais nas mãos de poucos. "Para a CUT é urgente a redução drástica da taxa de juros para que a economia saia o mais breve possível da recessão, volte a gerar emprego e renda, e retome de forma consistente o caminho do desenvolvimento com distribuição de renda. A política econômica precisa estar a serviço do povo brasileiro."