O número total de desempregados na Região Metropolitana de Porto Alegre foi estimado em 180 mil em janeiro, conforme levantamento divulgado pelo Dieese nesta quarta-feira. O resultado, que integra a Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre (PED-RMPA), indica um aumento de 66,7% em relação ao mesmo período de 2015, quando 108 mil trabalhadores não tinham emprego na região.
No mês passado, a taxa geral de desemprego chegou a 9,7%, contra 5,7% de janeiro de 2015 – um aumento de 70,2%. O índice é o maior para janeiro desde 2009, quando atingiu a marca de 10%. No primeiro mês de 2010, o indicador também ficou em 9,7%.
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O índice ocupacional do setor de serviços teve baixa de 8,1% em 12 meses, o que corresponde a 84 mil trabalhadores. A indústria de transformação registrou um recuo maior na taxa, que caiu 10,8%, mas menor em relação ao nível de ocupados – menos 32 mil.
Por outro lado, o setor do comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas apresentou pequeno aumento de 1,2%, que corresponde a mais 4 mil trabalhadores.
– O setor de serviços é muito grande. Então, os 84 mil, em um universo imenso, não são um número tão intenso quanto os 32 mil da indústria – comenta a coordenadora da PED-RMPA, Virginia Donoso.
Estabilidade em relação a dezembro
De acordo com o Dieese, o nível de desemprego permaneceu relativamente estável na comparação com dezembro de 2015, quando ficou em 9,6%, o que é destacado por Virginia.
– Estamos parando de piorar. Só isso já representa um bom resultado – avalia.
No entanto, o fim dos resultados negativos gera controvérsias. Para Patrícia Palermo, economista-chefe da Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado (Fecomércio-RS), ainda é cedo para avaliar esse desempenho.
– Tanto em 2013 quanto em 2014 e 2015, registramos em janeiro índices menores do que no mês anterior. No entanto, em janeiro de 2016, a taxa ainda é marginalmente maior do que em dezembro – compara.
O levantamento do Dieese também informa que 50 mil pessoas deixaram o mercado de trabalho na Região Metropolitana em janeiro. Para a coordenadora da pesquisa, a situação é normal para a conjuntura do mês.
– Em janeiro, muitas pessoas optam por sair do trabalho. Por parte das empresas, também não há muitas contratações – explica Virginia.
No último dia 12, durante mutirão no prédio do Sistema Nacional de Emprego (Sine), em Porto Alegre, Zero Hora acompanhou as histórias de quem enfrentou a fila de mais de 5 mil pessoas em busca de oportunidades no mercado de trabalho. Na ocasião, 10 empresas ofereceram entrevistas para 2 mil vagas.