O emprego na indústria recuou 6,2% em 2015, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. A queda é a maior da série histórica, iniciada em 2002.
Na passagem de novembro para dezembro, na série livre de influências sazonais, a baixa foi de 0,6%. O resultado representa a 12ª taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação.
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Em relação a dezembro de 2014, o emprego industrial apontou uma queda de 7,9%, 51º resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto e o mais intenso registrado pelo levantamento.
Todos os 18 setores da indústria nacional investigados pelo IBGE cortaram postos de trabalho em 2015. As contribuições mais relevantes para o desempenho negativo na média nacional foram de meios de transporte (-11,4%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-13,9%), produtos de metal (-10,7%), máquinas e equipamentos (-8,3%), alimentos e bebidas (-2,2%), outros produtos da indústria de transformação (-9,7%), vestuário (-6,4%), borracha e plástico (-5,7%), calçados e couro (-6,8%), metalurgia básica (-7,5%), minerais não-metálicos (-4,8%), produtos têxteis (-5,7%), papel e gráfica (-3,5%) e indústrias extrativas (-4,7%).
Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (PIMES), divulgada pelo IBGE pela última vez. A análise deixa de existir, assim como ocorrerá em breve com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), porque será substituída pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
Em nota, o instituto afirmou que "os progressivos ganhos de qualidade na base de dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho) e a implantação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, que tem cobertura nacional e produz um conjunto amplo de informações sobre o comportamento de curto prazo do mercado de trabalho com informações divulgadas mensalmente para Brasil e trimestralmente para todas as Unidades da Federação, reduziram de forma muito substantiva a relevância das informações obtidas a partir da PIMES e levaram o IBGE à decisão de sua interrupção".