Após oito semanas de projeções em alta, instituições financeiras estimam inflação em queda em 2016. Com isso, o cálculo para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 7,62% para 7,57%. Para 2017, a expectativa segue em 6%, de acordo com o relatório Focus. A publicação é divulgada semanalmente, às segundas-feiras, pelo Banco Central (BC).
Os cálculos sobre a inflação estão distantes do centro da meta de 4,5%. Neste ano, superam o teto de 6,5%. O limite superior da meta em 2017 é de 6%.
Para o PIB de 2016, o mercado passou a prever contração de 3,45%, contra queda de 3,40% da estimativa anterior. O resultado indica a sexta piora consecutiva do indicador. Para o PIB de 2017, os analistas mantiveram a previsão de alta de 0,5%.
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Mesmo com a expectativa de alta da inflação, as instituições financeiras não esperam que o BC suba a taxa básica de juros, a Selic, neste ano de retração da atividade econômica. A projeção para o final de 2016 permanece em 14,25% ao ano. Para 2017, a expectativa é de redução da Selic para 12,50% ao ano.
A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.
A pesquisa do BC divulgada nesta segunda-feira também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que caiu de 7,84% para 7,83% este ano. O cálculo para 2017 segue em 5,50%.
Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a estimativa passou de 7,75% para 7,99% neste ano e permanece em 5,50% em 2017. Já a projeção para os preços administrados permanece em 7,50% neste ano e em 5,50% em 2017.