A crise na economia atingiu com força o mercado de trabalho de Porto Alegre e da Região Metropolitana. Em 2015, o desemprego atingiu 8,7% da população economicamente ativa. Um ano antes esse percentual era de 5,9%. Os dados foram divulgados na manhã desta quarta pela Fundação de Economia e Estatística (FEE). É a taxa mais alta desde 2010.
É estimado que pelo menos 169 mil pessoas estejam sem emprego. São 56 mil pessoas a mais do que em 2014. Foi a mais intensa elevação de um ano para o outro da série histórica, cuja primeira média anual é de 1993.
Conforme a pesquisa, o desemprego atinge mais mulheres e negros. Entre os homens, a taxa é de 8,4%, entre as mulheres chega a 9,1%. Entre os trabalhadores não negros, é de 8,1%. Entre os negros, 12,6%.
A crise de 2015 atingiu especialmente trabalhadores entre 50 e 59 anos. O número de desempregados nessa faixa etária praticamente dobrou em um ano. Eles correspondiam a 2,4% dos desempregados e agora correspondem 4,5% das pessoas sem emprego.
A indústria de transformação teve queda no número de ocupados pelo terceiro ano consecutivo. Em 2015, foram 11 mil vagas a menos. Na construção civil, o recuo foi um pouco menor, 6 mil posições fechadas, revertendo o desempenho positivo de 2014. No comércio e no setor de reparação de veículos automotores e bicicletas, o recuo foi de 22 mil empregos. O único dado positivo veio do setor de serviços, com avanço de 6 mil vagas.
O rendimento médio real dos trabalhadores teve queda. Entre os autônomos, o recuo foi de 11,4% e entre os assalariados 8,2%. Trabalhadores domésticos perderam 3,8% da renda quando levado em conta a inflação.