A economia brasileira continuou a trajetória recessiva no terceiro trimestre de 2015. Entre julho e setembro, o PIB do país caiu 1,7% em relação aos três meses imediatamente anteriores, mostrou na manhã desta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao terceiro trimestre de 2014, a queda foi ainda mais forte, de 4,5%, maior taxa desde 1996.
Na comparação com o intervalo de abril a junho, o desempenho no trimestre, o terceiro seguido de retração, foi puxado pelas variações negativas da indústria (-1,3%), serviços (-1%), consumo das famílias (-1,5%) e investimento (-4%). A agropecuária também apresentou queda de 2,4%. Apenas o consumo do governo subiu (0,3%).
Para Fernando Ferrari, professor de economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a queda acima do esperado pelo mercado indica que, em 2015, o país terá mesmo uma retração acima de 3%. O resultado do trimestre, avalia Ferrari, pode ser classificado como uma tragédia.
- Essa tragédia fica evidenciada pelo fato de que a retração é generalizada. Tanto pelo lado da oferta (indústria, serviços e agropecuária) quanto pela demanda, como o consumo das famílias. Só não caiu o gasto governamental, o que em outros períodos poderia ser considerado positivo, mas agora significa que estamos longe de fazer o ajuste fiscal - entende Ferrari.
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Em valores correntes, o PIB no terceiro trimestre somou R$ 1,48 trilhão. No acumulado do ano, a economia brasileira amarga uma queda de 3,2%.
Com o resultado apresentado nesta terça-feira, a indústria chegou ao sexto trimestre seguido de retração. Para o setor de serviços, com o maior peso na economia brasileira, foi o terceiro trimestre consecutivo de queda. Nos investimentos, a sequência é ainda mais longa: nove trimestres no negativo.