A nova ação da Polícia Federal, relacionada à Operação Lava-Jato, agitou o cenário político e corporativo do país nesta quarta-feira e, como consequência, jogou um balde de preocupação no mercado financeiro. Com investidores temerosos com os desdobramentos das investigações, que resultaram na prisão do senador Delcídio Amaral (PT) e do presidente do BTG Pactual, André Esteves, o dólar voltou a fechar na marca de R$ 3,80 e a bolsa de valores caiu quase 3%.
A avaliação de analistas do mercado é de que, com as novas prisões, agrava-se a crise política do governo – após um período de relativo distensionamento nas relações . Além disso, é a primeira vez que a Lava-Jato se aproxima com tanta força do setor financeiro. Como reflexo da abertura do que pode ser uma nova frente de investigações, as ações dos bancos registraram fortes baixas.
Os papéis das principais instituições estiveram entre as maiores perdas do Ibovespa. A ação do Itaú caiu 4,91%, e a do Bradesco, 4,87%. O papel do Banco do Brasil afundou 6,45% na sessão. Já as ações do BTG Pactual, que será presidido interinamente por Persio Arida, sócio fundador do banco e membro do conselho de administração, despencaram 21%. Na mínima do dia, contudo, chegaram a cair 40%.
A desaceleração da queda, que ocorreu mais para o final do pregão, é justificada por uma operação de recompra de ativos financeiros do mercado realizada pela instituição.
Conforme comunicado do BTG, a medida teve como objetivo ''realizar a aplicação eficiente dos recursos disponíveis em caixa, de modo a maximizar a alocação de capital da empresa e a geração de valor para os seus acionistas''.