Como se temia, obom humordo mercado terminou no feriadão. A combinação entre tensão política no Brasil e sinais desanimadores do principal parceiro comercial do Brasil, a China, que reduziu suas importações totais em 20% fez odólar voltar a subir e provocou um tombo feio na bolsa, o maior do ano. Ao menos até agora.
No mercado de capitais, era previsível que os investidores quisessem transferir, da carteira de ações para o bolso, os ganhos acumulados ao longo dos últimos nove dias, mas a queda foi acentuada por sinais de alerta externos e internos. Até o Supremo Tribunal Federal (STF) contribuiu para a tensão nos mercados, com três liminares relacionadas à eventual abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Quando começar, não se sabe a que ritmo a taxa será recomposta – hoje está perto de zero – nem até que patamar deve chegar. Não se sabe quanto é sólida a recuperação dos EUA. Por lá, os preços, para extrema inveja dos brasileiros atormentados pela inflação, não dão sinais de subir. Se não sobem ao menos um pouco, não estimulam novos investimentos e fazem o Fed hesitar em elevar o juro. Menos ainda se conhece a firmeza da economia europeia. Sobre a chinesa, a cada dia surgem mais dúvidas.
Esse é o tal “novo normal”, expressão que circula em todas as latitudes. Embora muitos países convivam com essa situação em alguma medida, no Brasil está exacerbada. Não se sabe como o real se comportará frente ao dólar, se a bolsa vai despencar, quanto o desemprego pode subir. Investidores não têm certeza se o governo resiste. O governo não sabe se o impeachment avança ou se será possível travar o processo. E o responsável pelo rito acabou de ser desautorizado pelo STF. No curto prazo, tudo é dúvida.
A solução é mirar lá adiante.