Importantes investimentos do governo federal devem ser reduzidos no próximo ano. De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Planejamento, a tesoura do ajuste fiscal passará por programas como o Ciência Sem Fronteiras e o Pronatec (cursos técnicos), que terão verba reduzida pela metade.
Em entrevista a Zero Hora, o coordenador da rede Plataforma Política Social, uma das entidades que assinam o documento Por um Brasil Justo e Democrático, Eduardo Fagnani analisa a estimativa do orçamento em 2016 e critica a política econômica do governo.
Ajuste fiscal reduz verba para programas de Educação
"O governo deveria rever suas estruturas", diz economista do Insper
Reduzir recursos de programas é o caminho para sair da crise?
Acho que não. A questão com que temos de nos preocupar não é o déficit primário, mas o nominal. De 2014 para cá, o gasto do Brasil com juro passou de 6% para 9%. A dívida pública em relação ao PIB aumentou mais de seis pontos percentuais. Isso preocupa.
Por que o governo mudou a política econômica?
O governo caiu no conto do vigário dos economistas liberais. Não existia razão para dizer que o Brasil vivia crise terminal em 2014. Tínhamos 5% de desemprego, um dos mais baixos do mundo. Já o que passou a ser feito em 2015 é uma tragédia. Adotou-se o que a Europa faz: políticas de austeridade que aprofundam a estagnação. Agora estamos em crise.
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Tem como reverter?
Por que ter uma taxa de juro de 14% ao ano? Você precisa fazer mais economia fiscal para pagar juros. No primeiro semestre de 2014, pagamos R$ 130 bilhões em juro, no primeiro semestre de 2015 vamos pagar
R$ 260 bilhões. O valor é muito maior do que todo o esforço fiscal.
Ajustes em programas são necessários, como Fies e Pronatec?
Fies e Pronatec são programas que precisam ser adequados, houve uma expansão muita rápida, com falta de alguns critérios.
* Zero Hora