Deve ser chancelado até o final do mês o plano que tentará devolver voltagem à CEEE Distribuidora. A companhia está em uma espécie de limbo regulatório: a concessão expirou e ainda não foi assinado novo contrato com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Está funcionando na base da "prorrogação tácita".
Paulo de Tarso Pinheiro Machado, presidente do grupo que inclui a CEEE Geração e Transmissão, voltou esta semana de uma viagem à França - custeada pela Agência de Fomento da França, porque ele diz que a companhia não tem dinheiro para esse gasto. Com mudanças de gestão e pequenos investimentos, a distribuidora conseguiu inverter a curva dos indicadores de qualidade. Com base em dados da Aneel, a CEEE-D é a empresa que mais reduziu a duração (DEC) e a frequência (FEC) dos cortes de abastecimento no decorrer deste ano.
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Hoje, esses indicadores estariam alinhados às metas cobradas na agência. Ainda está por ser desenrolada, no entanto, a questão financeira. Para que a empresa caiba dentro de seu orçamento, existe um "plano de ajuste estrutural" que deve passar por venda de ativos e desligamentos, mas antes precisa de aprovação no conselho de administração da companhia, com representantes do governo do Estado e do governo federal (a Eletrobras tem cerca de um terço das ações).
Pinheiro Machado confirmou à coluna que teve de andar com segurança discreta diante de ameaças que chegaram à companhia por conta da investigação de roubo de materiais em depósito localizado na sede. Ainda está por ser apurada a responsabilidade no episódio, se teve origem interna ou externa.