Apesar de General Motors (GM) e trabalhadores terem feito em maio um acordo que previa a utilização de day off para equilibrar produção e vendas, a empresa decidiu recorrer a férias coletivas para os operários da fábrica gaúcha. Para o diretor jurídico do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Edson Dorneles, a medida indica que a crise na indústria automobilística é mais grave do que se avaliava.
- Parece que o day off não iria dar conta. A GM precisa parar de produzir porque o estoque está muito elevado - observa Dorneles.
Com a decisão pelas férias coletivas, a fábrica da GM no município e as empresas sistemistas vão mandar para casa cerca de 10 mil trabalhadores a partir de segunda-feira e não haverá produção por duas semanas.
GM dá férias coletivas em Gravataí
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O acordo fechado em maio foi uma alternativa ao risco de eliminação do terceiro turno na unidade, o que poderia causar a demissão de 3,5 mil trabalhadores. Com o day off, a GM teria a possibilidade dar folga a um número de trabalhadores que julgasse conveniente por um determinado período, com a formação de banco de horas e sem redução de salários. Com as férias coletivas, os operários recebem normalmente e não há formação de banco de horas, explica Dorneles.
Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostram que, de janeiro a maio, o licenciamento de automóveis fabricados no país caiu 17% em relação ao mesmo período de 2014. A unidade de Gravataí monta os modelos Onix, Prisma e Celta. Procurada, a GM disse que medida é para ajustar a produção ao mercado.