O impasse entre a Petrobras e a QGI, que ameaça a construção de duas plataformas em Rio Grande, também põe em risco a chegada de outros empreendimentos à cidade. Caso o contrato seja rescindido, três empresas que têm acordo para se instalar no município devem voltar atrás.
Marta Sfredo: pioneira do polo naval de Rio Grande está em risco
O prefeito de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer (PT), revela que uma fabricante de tubulações, outra de ar-condicionado e uma unidade de galvanização dependem de desfecho positivo da negociação entre a estatal e a QGI, controlada pela Queiroz Galvão, para confirmarem os projetos.
- Seriam investimentos de R$ 40 milhões para gerar entre mil e 1,5 mil empregos diretos - diz.
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Devido à Operação Lava-Jato, a Petrobras resiste em concordar com aditivos pedidos pela QGI para as plataformas. Com isso, a empresa ameaça desistir do contrato para montar da P-75 e da P-77, cujo valor original é de US$ 1,6 bilhão.
Embora as duas partes não confirmem oficialmente, pode ocorrer nesta quinta-feira, no Rio, encontro entre Petrobras e acionistas da QGI para definir a questão. Para o secretário de Desenvolvimento do Estado, Fabio Branco, não é blefe da empresa.
- A QGI já manifestou formalmente que quer rescindir o contrato - diz Branco, referindo-se à uma posição da empresa divulgada em fevereiro.
Fontes que acompanham as negociações indicam que a soma dos aditivos pedidos pela QGI seria equivalente a 8% do valor original. Ou seja, quase US$ 130 milhões.
A crise que se instalou na indústria naval brasileira após a eclosão da Lava-Jato será tema de reunião da Comissão de Minas e Energia da Câmara, nesta quinta-feira, em Brasília. Além de uma delegação de Rio Grande, devem estar presentes representantes do governo federal, da Petrobras, do BNDES e do sindicato nacional do segmento, o Sinaval.