Abril definitivamente está sendo um mês de calmaria para o câmbio. Depois de encerrar março na casa dos R$ 3,20, repercutindo o péssimo clima político em Brasília, o dólar passou a despencar em relação ao real - e o movimento ainda não perdeu força. Nesta segunda-feira, pelo quinto pregão seguido, a moeda registrou desvalorização ante o real, de 1,12%, e fechou cotada a R$ 2,9217.
No acumulado do mês, o dólar comercial já registra queda de 8,4% ante o real. No ano, contudo, ainda há valorização, de quase 10%.
Apesar da derrocada recente, a expectativa do mercado ainda é de que a moeda encerre 2015 acima dos R$ 3. Na edição desta segunda do relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, a projeção para a taxa de câmbio no fim do ano está R$ 3,20 por dólar - ante R$ 3,21 do boletim da semana passada.
O movimento de queda do dólar está amparado, principalmente, em dois fatores: a melhoria do clima político em Brasília e a tendência de uma recuperação mais lenta do que o esperado da economia dos Estados Unidos, o que adiaria uma alta dos juros por lá.
Aliás, a semana será importante para o futuro da política monetária americana. Na quarta-feira, o governo do país divulga os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre pela manhã e, à tarde, sai a i decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) sobre os juros. A expectativa pelos anúncios, de acordo com especialistas do mercado, pode aumentar a instabilidade da moeda nos próximos pregões.
ZH Explica: por que a alta dos juros nos EUA afetam o câmbio
Petrobras cai e puxa bolsa
Pelo lado da bolsa de valores, o dia foi de queda. Após subir com força na semana passada impulsionado pelas ações da Petrobras e da Vale, o Ibovespa, principal índice acionário do país, fechou em baixa de 1,87%, aos 55.534 pontos.
Os papéis da Petrobras foram os principais responsáveis por puxar o resultado do Ibovespa. As ações ordinárias (ON) - que disparara na semana passada após a divulgação do balanço auditado da estatal - lideraram as perdas no pregão, com queda de mais de 7%.