A chama alta na central petroquímica da Braskem nesta quarta-feira, em Triunfo, dava ideia do desconforto na empresa. Com a divulgação de depoimentos apontando suposto suborno de R$ 5 milhões da empresa para o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef para comprar nafta mais barata, suas ações desabaram 19,78%.
A companhia negou a propina, afirmando que os preços da Petrobras "nunca favoreceram a Braskem e sempre estiveram atrelados às referências internacionais mais caras do mundo".
Especialistas sustentam o discurso: existe um contrato firmado com base em valores de referência europeus, entre os mais elevados do mercado. A referência é chamada de ARA (Amsterdã, Roterdã e Antuérpia).
Mas quem olhou o contrato com lupa aponta um detalhe: entre 2007 e 2012, previa um teto - ARA mais um percentual -, e piso - 92% do ARA. Durante os cinco anos, a Braskem teria pago o piso previsto do documento. Em conta simplificada, isso representaria economia de US$ 500 milhões para a empresa. Até agora, o que existe é a palavra de um contra a de outro. Não há provas. Mas a reação do mercado mostra que tem gente vendo fogo onde há fumaça.