Espalhados ao longo dos principais pátios e acessos do porto de Rio Grande, no sul do Estado, cerca de 200 caminhoneiros autônomos - desvinculados de sindicatos e ligados ao movimento nacional da categoria - comandaram o bloqueio do terminal pelo WhatsApp e Facebook. A ação só terminou nesta terça-feira graças a um acordo com empresas transportadoras, que aceitaram reajustar o valor do frete em 12%.
Às 13h, os manifestantes liberaram o fluxo com uma condição: de que o novo preço entra em vigor na manhã desta quarta-feira. Eles prometeram fiscalizar as operações e trancar novamente se a decisão for desrespeitada.
Um dos líderes dos caminhoneiros autônomos em Rio Grande, Giovani Gomes ressalta que está havendo uma trégua, pelo menos até o dia 10 de março. Nessa data, o governo federal irá discutir reivindicações da categoria, como a carga de trabalho e o excesso de peso nos veículos. Gomes deixa claro que, se a reunião em Brasília não for positiva, novos atos ocorrerão.
- É uma trégua. O governo assumiu o compromisso de negociar e agora vamos deixar o pessoal trabalhar. Todo mundo precisa - afirma Gomes.
No encontro desta terça, o Sindicato dos Transportadores Autônomos de Rio Grande (Sindicam), mesmo não sendo responsável pelo bloqueio no porto, intermediou o acordo entre grevistas e empresas. Somente no meio da tarde é que os veículos passaram a trafegar normalmente no porto. Ninguém sabia ao certo se era para tirar os caminhões dos estacionamentos. O fluxo deslanchou mesmo à noite, com a certeza de que o bloqueio chegara ao fim e que não havia furões da decisão.
A mobilização
No entorno do porto de Rio Grande, os caminhoneiros ocuparam locais estratégicos e organizaram os bloqueios discretamente, por meio de mensagens de WhatsApp e Facebook. A rede foi se aperfeiçoando dia a dia e mostrou ser mais eficaz do que discursos para atrair manifestantes.
Volta dos grãos
Quase totalmente parados desde o início da semana passada, sem cargas de soja, arroz, trigo e milho, os terminais de grãos começaram nesta terça-feira à tarde a receber caminhões. Havia pelo menos seis navios graneleiros esperando para atracar.
Movimento de contêineres
O terminal de contêineres, sem receber carregamentos há mais de uma semana, também começou a voltar ao normal desde a tarde desta terça. Importações que chegaram não foram distribuídas em razão do protesto dos caminhoneiros.