Representante dos acionistas minoritários no conselho de administração da Petrobras, Mauro Rodrigues da Cunha afirma, em nota, que a eleição do novo presidente da estatal, Aldemir Bendine, foi "mais um episódio de desrespeito" ao conselho. É um sinal de como foi tensa a reunião que aprovou o nome de Bendine e do novo diretor financeiro da companhia, Ivan Monteiro, além de ocupantes interinos de outros cargos. Nem internamente houve consenso, como frisa o conselheiro na nota.
Conforme o relato de Cunha, os conselheiros tomaram conhecimento do nome do novo presidente da Companhia pela imprensa, antes de o assunto ser apresentado na reunião. "Eu gostaria de dizer em público as verdades que pus em ata, mas correria o risco de sofrer retaliações, como já sofri no passado", afirma o representante dos minoritários na nota.
Na avaliação do acionista, o controlador (o governo federal) "mais uma vez impõe sua vontade sobre os interesses da Petrobras, ignorando os apelos de investidores de longo prazo". Mauro Cunha ainda destaca o fato de que a decisão foi por maioria, e não por unanimidade. Como controladora da estatal, a União indica sete integrantes do conselho formado por 10 pessoas. Além dos minoritários, ainda há um representante dos preferencialistas (detentores de ações que dão preferência na hora de receber dividendos) e outro dos empregados.