Para reforçar a oferta de eletricidade em um momento de crise no abastecimento, a usina térmica AES Uruguaiana deve retomar operações nesta quarta-feira, por 60 dias. Sem operar de forma contínua desde 2008, por falta de combustível, a termelétrica foi reativada graças a um acordo temporário entre os governos de Brasil e Argentina. A confirmação foi feita há pouco pela controladora da usina, a AES Brasil.
Nesse momento em que há estreita relação entre a oferta e a demanda de energia no Brasil, a usina deve amenizar o problema, mas não representa solução, apenas um alívio. O gás natural que abastece a usina só chega a estrutura por meio do sistema argentino de gasodutos. Para permitir a operação, o governo brasileiro vai importar gás natural liquefeito (GNL), que chegará por navios, será regaseificado e injetado nos dutos do país vizinho. Nos primeiros dias, a usina retomará a atividade acionando uma turbina e, em seguida, ativará a segunda. Cada uma tem capacidade de geração de 250 megawatts (MW), consumindo 1.2 milhão de metros cúbicos diários de gás.
Situada em Uruguaiana, a usina foi inaugurada em 13 de dezembro de 2000. Com capacidade instalada suficiente para abastecer mais de dois milhões de residências, a térmica usina funcionou entre 2000 e 2008. Em maio de 2008, a YPF, empresa fornecedora de gás natural da usina, deixou de fornecer o insumo porque a Argentina enfrentava uma escassez do combustível. Em caráter emergencial, a AES Uruguaiana entrou em operação por períodos de 60 dias, nos anos de 2013 e 2014.