É mais recuperação do que euforia, mas fato é que há três dias a bolsa de valores parece ter recobrado o ânimo neste início de 2015. Depois da alta de 3% na quarta-feira, nesta quinta houve mais um avanço de quase 1%, no dia em que se confirmou o corte das despesas no orçamento do governo federal.
Também anda nas alturas a disposição do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Nesta sexta-feira, a partir das 10h30min, ele abre nova fase na interlocução da poderosa pasta da Esplanada com a sociedade: participa de um Face to Face por meio do Portal Brasil (www.facebook.com/portalbrasil). Consideradas as expectativas para as medidas de ajuste, assunto não vai faltar.
Depois da previsão de corte no orçamento da União, com total de R$ 22,8 bilhões no ano, Levy vai se sentir mais à vontade para aplicar seu receituário. Até agora, as medidas especuladas tinham origem em um pacote montado na gestão de Guido Mantega. Nessa amarração, estavam previstas
1. A volta da Cide, que pesa sobre o preço dos combustíveis
2. A cobrança do PIS/Cofins sobre importados
3. O aumento de impostos para cosméticos e bebidas.
Vieram dali também as restrições já anunciadas no acesso aos pagamentos de seguro-desemprego, pensão por morte, abono salarial e auxílio-doença. Para adocicar o amargor do aumento da alíquota do PIS/Cofins, previa-se "vender" a medida atrelada à unificação dos tributos. A parte amarga - o aumento - seria breve, e a a parte doce - a simplificação - permaneceria. Mas qualquer mudança valeria só para 2016.
Até agora, as medidas apresentadas somam cerca de R$ 40 bilhões dos R$ 66 bilhões previstos para o tamanho total do ajuste para 2015. Ou seja, faltam R$ 26 bilhões, que podem vir de novos cortes, reduções ou restrições como de aumento de receitas - leia-se aumento de impostos. Ou seria uma levitação de tributos?