Após dois pregões fortemente influenciados pelo noticiário local (apagão e aumento de impostos), a Bolsa de Valores de São Paulo disparou nesta quarta-feira puxada por novidades vindas da Europa. De acordo com o The Wall Street Journal, o Banco Central Europeu (BCE) deve anunciar, na quinta-feira, um programa de compra mensal de títulos no valor de 50 bilhões de euros com o ebjetivo de impulsionar a economia do continente.
Acompanhando o otimismo do Exterior, o Ibovespa subiu 2,81%, aos 49.224 pontos. O dólar, por outro lado, caiu 0,32%, e encerrou o dia cotado a R$ 2,6066 - a menor cotação desde 9 de dezembro.
A medida do BCE já era esperada por boa parte dos analistas do mercado financeiro. A zona do euro, afetada pela crise na Ucrância, queda no preço do Petróleo e menor ímpeto da China, está no centro da recente desaceleração da economia global.
Desde do final do ano passado, o bloco é assombrado pela queda vertiginosa dos preços e crescente risco de deflação - o que acabou se confirmando em dezembro, quando o índice oficial de inflação ao consumidor recuou 0,2%. Nem mesmo a Alemanha, que nos anos seguintes à crise de 2008 ajudou a puxar a Europa para fora da recessão, conseguiu manter o ritmo de crescimento em 2014.
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A compra de títulos serve para aumentar a liquidez do sistema financeiro e incentivar consumo e investimentos. A mesma medida foi adotada pelos Estados Unidos após a última crise financeira. No entanto, a expectativa inicial, segundo as informações do The Wall Street Journal, é de que o programa do BCE dure cerca de um ano, enquanto o americano foi prolongado por cerca de 6 anos.
Copom ajuda a empurrar bolsa
Além do noticiário do Exterior, o mercado brasileiro está de olho na decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que deve anunciar, nesta quarta-feira, uma nova alta da taxa básica de juro da economia, atualmente em 11,75% ao ano. O expectativa da maioria dos analistas é de que a Selic suba meio ponto percentual, para 12,25% ao ano - se for confirmada a elevação, será o maior patamar da Selic em mais de três anos.
A alta dosagem nos juros tem em mente os reajustes dos preços administrados que devem ser confirmados em breve, principalmente de energia e gasolina. A inflação oficial encerrou 2014 em 6,41%, próxima ao teto estipulado pelo governo, de 6,5%.