A continuação da derrocada da Petrobras, novos dados da economia dos Estados Unidos e declarações feitas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foram os principais assuntos de um agitado pregão no mercado financeiro. A sexta-feira se encerrou com a bolsa de valores despencando 1,79%, aos 46.907 pontos - menor patamar desde março do ano passado -, e com o dólar disparando 2,96%, aos R$ 2,6894 - a maior alta diária desde setembro de 2011.
A novidade em relação à Petrobras, que contribuiu para afundar ainda mais os papéis negociados na bolsa, foi o rebaixamento, na noite da última quinta-feira, de todos os ratings da estatal pela agência de classificação de risco Moody's. Em sua avaliação, a agência citou preocupações com investigações sobre corrupção na petrolífera e possível pressão sobre a liquidez em função de atraso na divulgação de resultados financeiros auditados.
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Isso se somou aos recentes depoimentos do comando da empresa, que admitiu a possibilidade de não pagar dividendos a acionistas e afirmou que deverá reduzir investimentos e desacelerar o ritmo de alguns projetos em razão do atual cenário.
As ações da Petrobras encerram em queda pelo terceiro pregão seguido - movimento iniciado após a divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2014. Os papéis preferenciais (mais negociados na bolsa) terminaram com queda de 6,51%, valendo R$ 8,18. Apenas nos últimos três dias, esses ativos despencaram 19,57%.
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Com a derrocada desta sexta-feira, o Ibovespa, principal índice acionário do país, fechou o primeiro mês de 2015 com queda de 6,2%.
Dólar se aproxima de R$ 2,70
Pelo lado do câmbio, dois fatores foram fundamentais para que o dólar registrasse a maior alta em mais de três anos sobre o real. Nesta sexta, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos informou que o Produto Interno Bruto (PIB) americano cresceu 2,6% em 2014. A expansão ficou acima da registrada em 2013, de 2,2%, no entanto, abaixo das previsões do mercado financeiro.
Esse foi o quinto ano seguido de alta do PIB dos EUA, após dois anos de recessão - 2008 e 2009 - provocados pela crise financeira internacional.
No cenário doméstico, pesou a declaração do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sobre a atual situação do dólar. Levy afirmou que o câmbio é uma variável que não se pode controlar com facilidade e afirmou não ter a intenção de manter o real "artificialmente valorizado".
- Não faremos grandes operações no câmbio - disse.
O ministro reforçou o discurso, e afirmou que o empresariado não deve contar com medidas do governo para ganhar competitividade.
*Zero Hora com agências