Acendeu de vez a luz de alerta no emprego industrial no Estado. Sem sinais de retomada da economia, estão no limite as estratégias para evitar demissões. Na Serra, um dos principais polos fabris do Rio Grande do Sul, a Copa é uma oportunidade para medidas alternativas como férias coletivas, bancos de horas e folgas, mas julho será o divisor de águas. Se a demanda não reaquecer, os cortes de pessoal serão inevitáveis.
- Ou iniciamos o segundo semestre com retomada, ou teremos de redimensionar as indústrias para o tamanho da demanda, e isso quer dizer demissões- avisa o presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), Ivo Cansan.
O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), Getulio Fonseca, faz o mesmo alerta. De janeiro a abril, o faturamento da indústria metalmecânica de Caxias caiu 12,1% ante o mesmo período de 2013.
- É alta a possibilidade de demissões em julho porque não há visão de curto prazo de melhora da economia - diz Fonseca.
Mesmo que as indústrias da Serra ainda concedam certo prazo, o IBGE mostrou ontem que as dispensas já começaram.
O emprego nas fábricas brasileiras já recuou 0,3% em abril ante março. Mas na comparação com o mesmo mês do ano passado a queda chegou a 2,2%. No Estado, chegou a 4,6%, a maior retração no Brasil.