O primeiro painel do 27° Fórum da Liberdade, realizado nesta segunda-feira no Centro de Eventos da PUCRS, reuniu a visão de um empresário, um financista e um político para debater o tema da competitividade. Devido a outros compromissos, o senador e presidente do PSDB Aécio Neves, candidato tucano nas eleições presidenciais de outubro, falou primeiro e não perdeu a oportunidade de fustigar o Palácio do Planalto.
À frente de um público simpático a ele, Aécio arrancou repetidos aplausos ao criticar o baixo crescimento, a alta da inflação e a gestão do governo federal.
- Hoje não temos apagões de maior vulto no país porque paramos de crescer - disse Aécio.
Patrice Etlin, dirigente da Latin American Private Equity & Venture Capital Association, disse que, nos últimos dois anos, talentos brasileiros que estão no exterior estão mais resistentes a voltar para trabalhar no Brasil devido às incertezas na economia.
- É um sinal de degradação muito sério - disse Etlin, comparando as recusas à situação dos anos 1980, a chamada década perdida, quando os cérebros brasileiros buscavam migrar para o exterior devido à falta de perspectivas.
Para o presidente-executivo do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, a situação atual do país é consequência da falta de reformas necessárias para que o país desse um salto na competitividade e confirmasse a promessa de ser o país do futuro.
- Não fizemos o tema de casa. Vivemos agora o efeito colateral desta apatia em enfrentar os verdadeiros problemas do país - disse Eduardo, que criticou pontos como a legislação trabalhista, a alta carga tributária, a infraestrutura deficiente, a falta de uma reforma política, intervenções do governo na economia.