Uruguaiana abastece a mesa dos brasileiros com 19 milhões de sacas de arroz por ano - é o maior produtor do cereal no país.
Mas não dispõe de estradas decentes para transportar as safras. Resultado: o preço do frete subiu de 3% para 8% devido aos atoladouros enfrentados pelos caminhões.
VÍDEO: Maior porto rodoviário do país, Uruguaiana precisa de estradas e pontes modernas
O presidente da Associação dos Arrozeiros, Roberto João Basso, diz que os produtores perdem R$ 3, na média, em cada saca do grão transportada. Até chegar às rodovias asfaltadas, caminhoneiros sacolejam por trechos esburacados.
- Para cada 120 mil sacas, o arrozeiro gasta R$ 100 mil em frete - destaca Basso.
O ideal seria pavimentar as estradas rurais, porque o tráfego pesado sobre a pista de chão batido exige constante manutenção. Os 105 mil hectares de arrozais estão dispersos pelo extenso território do município. A associação dos produtores trata de ajudar a prefeitura: pagou a reforma de uma patrola e contribui com o óleo diesel.
Há caminhoneiros que recusam fretes, principalmente depois das chuvaradas. Na semana passada, Cláudio Sigaran estava desolado ao volante do Mercedes ano 1972, enquanto carregava 13 mil quilos de arroz pelo trecho da UR-101, que liga a vila de Plano Alto à rodovia Porto Alegre-Uruguaiana (BR-290). Contou que sofrera prejuízo de
R$ 7 mil com a quebra de um diferencial (peça que garante o equilíbrio nas curvas) e o estouro de três pneus.
Outra queixa dos arrozeiros é a destinação do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR). Pela legislação municipal, metade vai para a saúde e a educação, mas somente 15% voltam para o campo.