Três dias após a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixar a nota de crédito do Brasil, o Tesouro Nacional confirmou a captação de 1 bilhão de euros em títulos da dívida externa no mercado internacional - a primeira operação em euros desde 2006. A taxa de retorno para o investidor ficou em 2,961%, abaixo da remuneração paga há oito anos (5,44% de juros ao ano).
Destacada pelo governo, a diferença entre as taxas de juro pagas em 2006 e as contratadas agora reflete dois momentos distintos da economia brasileira. Há oito anos, o Brasil não estava entre o grupo de países com o chamado grau de investimento - chancela que as agências de classificação de risco dão a países considerados bons pagadores. A primeira nota que elevou o Brasil para o clube dos bons de crédito só foi dada em 2008.
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Com as emissões de títulos da dívida externa, o governo pega dinheiro emprestado de investidores internacionais com o compromisso de devolver os recursos com juros. Taxas menores de juros indicam maior confiança dos investidores de que o Brasil conseguirá pagar a dívida.
A emissão foi liderada pelos bancos BB Securities, JP Morgan e Santander, a um preço de 99,464% do seu valor de face. A liquidação financeira será em 3 de abril de 2014 e os cupons serão pagos em 1º de abril de cada ano, a partir de 2015.