A análise da situação da Argentina leva os industriais gaúchos a colocarem as barbas de molho. Diante da incerteza sobre quais serão os próximos capítulos da crise cambial do país vizinho, empresários começam a prospectar novos mercados para não serem surpreendidos caso as barreiras às mercadorias brasileiras aumentem nos próximos meses.
A conclusão do encontro desta semana dos membros do Conselho de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Concex) da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) é de que há aumento do risco nos negócios com a Argentina, devido à possibilidade de o governo de Cristina Kirchner recorrer a uma reestruturação da dívida e um consequente calote. Ou seja, o problema fica bem mais sério do que a simples negociação com a Casa Rosada sobre a demora na liberação das licenças não automáticas, motivo de atraso na liberação de produtos brasileiros e que era a maior preocupação dos empresários.
O principal sinal da ameaça, entende Cezar Müller, coordenador do Concex, é a redução drástica das reservas argentinas.
- Se ano passado as reservas deles eram maiores do que agora, a tendência é a criação de mais barreiras. É muito difícil que a Argentina consiga aumentar as exportações. Então devem tentar diminuir as importações - conclui.