No país dono do segundo mercado mundial de produtos para o cabelo, com crescimento médio de 10% ao ano, as porto-alegrenses aparecem como as mulheres que mais tingem as madeixas. Conforme pesquisa da Natura, 75% das moradoras da Capital costumam mudar a cor dos cabelos. Além disso, são as que mais gostariam de fazer procedimentos químicos em casa (progressiva ou reflexo).
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- O hábito de pintar o cabelo, no chamado paraíso das loiras com luzes, tem muito a ver com a vaidade e o perfil exigente da mulher gaúcha - aponta Daniel Levy, diretor da regional sul da Natura, maior fabricante brasileira de cosméticos e produtos de higiene, com 20,3% do mercado.
Líder também em venda direta no país, com faturamento de R$ 6 bilhões em 2012 e estimativa de crescimento de 12% em 2013, a empresa lançou 110 produtos no ano passado - quantidade expressiva em catálogo de 750 itens.
- Hoje, 60% da receita da empresa vem dos produtos lançados nos últimos dois anos. É um desejo das consumidoras - aponta Levy, acrescentando que o modelo de venda direta será modernizado para se adequar ao mercado.
O consumo no Brasil de cremes pós-xampu, produto específico para tratamento, por domicílio ao ano é três vezes maior que nos Estados Unidos e quatro vezes maior que a média mundial. O país é também líder em alisamento - cerca de 40% das mulheres que têm cabelo cacheado ou crespo fazem algum procedimento para conseguir um efeito mais liso.
A busca incessante pelo cabelo perfeito é refletida diretamente no crescente movimento em salões de beleza. Proprietário do Sexton Cabelereiros, com mais de 20 anos de carreira, Edison Soares percebeu o momento de popularizar sua marca ao abrir um salão no shopping Bourbon Wallig há pouco mais de um ano na zona norte da Capital. De lá para cá, o novo negócio passou a receber 1,4 mil clientes por mês.
- O mercado não para de crescer. E avança com pessoas que buscam técnica e qualidade - destaca Soares.
Manicure é como conta de água e telefone
Professora aposentada, Sandra Robbe, 56 anos, não abre mão de ir à manicure toda semana, além de cortar e pintar o cabelo uma vez por mês. Indagada sobre quanto gasta mensalmente em serviços e produtos de beleza, disse nunca ter parado para calcular.
- São investimentos fixos, como se fosse água e telefone, não tem como ficar sem - disse.
Não são apenas as mulheres que sustentam o mercado de produtos e salões de beleza. Os homens passaram a disputar espaço com elas tanto nos cuidados com o cabelo quanto na preocupação com o corpo.
- O homem está assumindo mais a vaidade - confirma Soares, cuja agenda registra espera de pelo menos um mês.
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