Se fazer games no Brasil já é uma tarefa complicada, trabalhar na área de trilhas para jogos aqui no País é ainda mais. Em um debate dinâmico, que rolou nesta terça-feira na Campus Party, em São Paulo, músicos puderam discutir porque é tão difícil crescer nesse campo.
Um dos pontos mais discutidos foi da falta de apoio e investimento para a capacitação dos profissionais. Ricardo Madureira Marques, guitarrista da banda The Gameboys, um dos maiores grupos do meio, diz que ainda existe uma grande dificuldade para qualquer tipo de negociação.
- A gente se dedica, está sempre tentando, mas há muita falta de respeito com quem é dessa área. Não tem cachê, não rola o valor merecido, é tudo sem organização - lamenta.
Enquanto aqui quem trabalha com isso tem que se esforçar para conseguir qualquer espaço, lá fora o cenário é outro. O profissional é capaz, bem visto em outros países, mas ser compositor profissional não é tarefa fácil.
- Ser músico é caro. Muitos viajam para Europa para gravar porque lá sai mais em conta! - conta o compositor de trilhas e DJ Thiago Adamo.
A grande verdade é que de nada adianta tentar valorizar a área musical se os games brasileiros também não tiverem seu lugar ao sol. Quanto mais projetos culturais fomentando o cenário dos jogos surgirem, melhor será para os que pretendem compor. E é isso que essa turma que deseja trabalhar com isso deseja!
No fim do bate-papo, os presentes reforçaram que precisam melhorar a indústria e o comércio de jogos, com imposto menores e preços mais justos. Mas avisaram: acreditam que isso só vai acontecer quando todo mundo entender que videogame não é apenas brincadeira de criança.
A repórter viajou a convite da Metamorfose Turismo.