Se a situação fiscal do Brasil continuar se deteriorando, a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) pode fazer alguma mudança no rating brasileiro antes mesmo das eleições do ano que vem. A S&P vai observar, entre outros fatores, se a relação entre dívida e o Produto Interno Bruto (PIB) do país vai seguir piorando, afirmou o diretor da agência responsável pelo Brasil, Sebastian Briozzo.
Ele frisou que mudanças na classificação de risco brasileira podem ocorrer "antes ou depois" das eleições de 2014. Se essa relação subir, o Brasil seria forçado a entregar um superávit primário maior.
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O analista ressaltou em diversos momentos que a S&P não olha números de curto prazo, como indicadores de um mês ou um trimestre, para tomar suas decisões.
- Olhamos tendências, mas isso não significa que não podemos fazer ações mais rapidamente - Briozzo frisou ainda que a deterioração das contas do governo brasileiro deixou o país com pouca flexibilidade para usar a política fiscal para estimular o crescimento econômico.
Desde que o governo divulgou um inesperado déficit primário em setembro, aumentaram as apostas no mercado de um possível rebaixamento da nota do Brasil.
O Brasil tem rating "BBB" pela S&P, segundo menor nível dentro do grau de investimento. A agência é a única entre as três principais, que inclui ainda a Fitch e a Moody's, a colocar a nota brasileira em perspectiva negativa.