Os trabalhos para retirada da P-55 começaram em Rio Grande neste domingo, por volta das 4h. Às 8h a gigante de 1,8 mil metros quadrados começava a desatracar. Por volta das 11h, a maior plataforma semissubmersível brasileira passava pelos molhes da barra do Cassino para ir para o alto mar, em direção ao campo de Roncador, na Bacia de Campos, Rio de Janeiro. A previsão é de que no máximo até 11h30min a P-55 já possa ser considerada em alto mar.
Durante o trajeto, foram utilizados quatro rebocadores. E para o translado em alto mar dois rebocadores marinhos serão empregados. A P-55, que é a primeira do tipo a ter fabricação 100% nacional, está atrasada mais de um ano e meio. A principal causa da demora teria sido o atraso na construção do casco, no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Pernambuco, e as falhas apresentadas nos nós dos módulos, feitas por uma empresa do Rio, subcontratada da própria Petrobras. Mas também teriam ocorrido atrasos durante os serviços em Rio Grande. A Quip, empresa responsável, disse que realizou um plano de incentivo à produtividade dos funcionários e contratou trabalhadores extras, cerca de 800, para reduzir o impacto.
Desde o mês passado, era novamente aguardado que a plataforma deixasse Rio Grande. A presidente Dilma Rousseff (PT) tinha agenda marcada para "batizar" a gigante e assinar os contratos de outras duas, as P-75 e P-77, mas o mau tempo impediu a vinda e a retirada da semissubmersível.
Durante o período no sul do Estado, foi realizado o mating, operação para unir o casco fabricado em Pernambuco ao módulo construído no Estaleiro Rio Grande. Sobre esse trabalho, a Quip emitiu neste domingo uma nota à imprensa, denominando como "uma das maiores operações de 'mating' seco do mundo e sem precedentes na engenharia nacional. Um projeto que agregou expertise e tecnolgia".
A plataforma terá capacidade para produzir 180 mil barris de petróleo e seis milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. O investimento da P-55 é estimado em R$ 3,4 bilhões.