Acostumados à chegada de plataformas pelos molhes da barra na praia do Cassino, os moradores de Rio Grande, no sul do Estado, moveram os olhos nesta terça-feira em sentido inverso. A P-63 deixou o polo naval rumo ao Rio de Janeiro, mas a cidade já era cercada pela onda de expectativa criada com a informação de que a Quip apresentou o menor valor para construir a P-75 e a P-77.
O resultado ainda não foi homologado pela Petrobras. A licitação deverá ser finalizada nos próximos dias, quando encerrar o período para recursos. Mas o temor de que a conclusão das obras nas outras duas plataformas em andamento (P-55 e P-58) pudesse diminuir o ritmo de construções no polo naval não se confirmou. No pico das obras das três plataformas, a Quip chegou a contar com 8 mil trabalhadores. O número diminuiu a partir da conclusão da P-63 e tende a ficar menor com a entrega da P-55 e da P-58.
Ainda novidade no Estado, o intervalo entre encomendas é comum na indústria oceânica. Mesmo assim, será menor em Rio Grande. A tendência é de que o casco da P-75 chegue ao porto de Rio Grande antes do final do ano. Por contrato, a empresa manterá funcionários tanto nas plataformas construídas quanto no estaleiro, que teve investimento de R$ 400 milhões.
A captação de novos clientes segue sendo a prioridade, segundo o presidente da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção de Investimento (AGDI), Ivan de Pellegrin.
- Ainda que a Petrobras esteja investindo muito e garanta obras pelos próximos 20 anos, pelo menos, temos de conquistar novos clientes ou novos mercados - explica.