O Banco Central (BC) revisou a projeção para o déficit em transações correntes, que são as compras e as vendas de mercadorias e serviços do país com o resto do mundo - de US$ 67 bilhões para US$ 75 bilhões, este ano. Caso se confirme, o desempenho será um recorde histórico negativo para a série estatística iniciada em 1947.
Em relação a tudo o que o país produz - Produto Interno Bruto (PIB) -, o saldo negativo deve ficar em 3,22%, contra 2,78% previstos anteriormente. No ano passado, o déficit em transações correntes foi bem menor: US$ 54,23 bilhões, o que correspondeu a 2,41% do PIB.
Um dos motivos que levou a essa revisão foi a menor expectativa para o saldo da balança comercial (exportações e importações), que passou US$ 15 bilhões para US$ 7 bilhões, neste ano. A projeção para as exportações caiu de US$ 264 bilhões para US$ 248 bilhões. No caso das importações, a estimativa foi revisada de US$ 249 bilhões para US$ 241 bilhões.
Na conta de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, seguros, entre outros) também houve alteração na estimativa de déficit, de US$ 43,6 bilhões para US$ 42,7 bilhões.
As rendas (remessas de lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) devem registrar saldo negativo de US$ 42,4 bilhões, contra US$ 41,4 bilhões previstos anteriormente pelo BC.
A previsão para o ingresso líquido de transferências unilaterais correntes (doações e remessas de dólares que o país faz para o exterior ou recebe de outros países, sem contrapartida de serviços ou bens) foi ajustada de US$ 3 bilhões para US$ 3,1 bilhões. De janeiro a maio, o déficit em transações correntes ficou em US$ 39,592 bilhões, contra US$ 20,851 bilhões, registrados em igual período de 2012. Somente em maio, o resultado negativo foi US$ 6,42 bilhões, contra US$ 3,422 bilhões de igual mês do ano passado.