O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou na manhã desta quinta-feira, 17, que a Medida Provisória 595, a MP dos Portos, não sofreu alterações significativas após 23 horas de votação na Casa.
- O que sai daqui é praticamente igual ao que o governo sempre defendeu - disse.
Mas ele não negou a possibilidade de veto pelo Executivo.
- Se vai haver veto ou não, só no momento em que a presidente Dilma analisar - disse.
Questionado se a apreciação da MP dos Portos foi uma das batalhas mais difíceis no plenário da Câmara, Chinaglia disse que não:
- Mas foi a mais cansativa. Chegou com pouco tempo para ser votada e o tema é extremamente difícil.
Após deixar a vitória sobre a base governista escapar, a oposição avisou que o comportamento da bancada durante a discussão da MP dos Portos na Câmara inaugura uma postura mais combativa do DEM e do PSDB em relação ao governo.
- Esse é o tom que a oposição vai dar - avisou o líder da minoria, Nilson Leitão (PSDB/MT).
Durante a prolongada discussão da medida, a oposição atuou em obstrução e levou a base a acreditar que a MP seria derrubada. Para Leitão, a intransigência do Planalto com sua própria base transformou a "batalha" da MP dos Portos num drama.
- Se fosse um governo menos arrogante, não estaria acontecendo o que está acontecendo - criticou o tucano.
O vice-líder do Democratas na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), disse que a oposição conseguiu "uma vitória política indiscutível" na tramitação da MP dos Portos e que deve parte disso à própria base aliada do governo.