Assinado o contrato entre Petrobras e EBR, a empresa de estaleiros lida com um novo desafio: capacitar trabalhadores para erguerem o estaleiro e integrar a P-74. Serão necessários até 2 mil empregados, especialmente soldadores, para fabricar os módulos necessários para adaptar o casco. Como São José do Norte tem apenas 25 mil habitantes, a maioria virá de cidades vizinhas.
Em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a EBR iniciou um curso para 80 pessoas no município. Novas turmas serão formadas até a construção e montagem dos módulos, em maio de 2014. Uma segunda leva de cursos, com capacidade para treinar um número maior de pessoas simultaneamente, deve ter início nos próximos meses.
Possivelmente ocorrerá em um pavilhão que foi oferecido pela prefeitura, anteriormente um depósito de cebolas, uma das principais culturas do município. O local deve ser dividido em salas, onde diferentes turmas poderão aprender tarefas ligadas à metalurgia. Há poucos dias, representantes do Senai visitaram o espaço, que fica próximo ao centro administrativo da cidade, e apresentaram um plano de adaptação.
- Só falta assinar o termo de compromisso com o Senai para que o pavilhão comece a ser usado como local de treinamento - explica o prefeito de São José do Norte, Zeny Oliveira.
Além do trabalho com o Senai, a EBR irá em busca de profissionais do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) em Pelotas. Se ainda faltar gente, a companhia não descarta trazer profissionais experientes de outros Estados. Também espera contar com um reforço de 400 pessoas que vivem em São José do Norte, mas hoje trabalham nos estaleiros em Rio Grande.
- Acreditamos que essas pessoas irão preferir trabalhar mais perto de casa - explica o presidente da EBR, Alberto Padilla.
O executivo descarta que uma eventual dificuldade em encontrar mão-de-obra possa causar atraso na construção das plataformas, uma das preocupações apontadas ontem pela presidente da Petrobras, Graça Foster. Na opinião de Padilla, o Rio Grande do Sul está formando um grande contingente de trabalhadores, em razão de capacitações tocadas por empresas como Engevix e Ecovix, e agora também pela própria EBR.