O exército sul-coreano elevou o nível de alerta para ataques cibernéticos nesta quarta-feira, após o colapso das redes de computadores de grandes bancos e emissoras de televisão do país, com as suspeitas iniciais recaindo sobre a Coreia do Norte. A Agência de Segurança de Internet da Coreia informou que as redes de computadores de três emissoras de televisão - KBS, MBC e YTN - assim como dos bancos Shinhan e Nonghyup, foi "parcialmente ou totalmente afetada".
O LG Uplus, um provedor de internet, também informou um colapso de sua rede. Um investigador do setor cibernético da Agência Nacional de Polícia informou que o problema aparentemente foi causado por um "vírus ou código malicioso", sugerindo uma operação de hackers.
Não houve confirmação imediata de quem ou o que estava por trás do colapso múltiplo, que ocorreu por volta das 14h local (2h de Brasília), mas o principal suspeito do ataque é Pyongyang. O colapso desta quarta-feira ocorre dias após a Coreia do Norte acusar seu vizinho do Sul e os Estados Unidos de estarem por trás de um ataque de hackers "persistente e intensivo" que deixou alguns de seus sites oficiais fora do ar por quase dois dias.
Acredita-se que o Norte esteja por trás de dois grandes ataques cibernéticos, em 2009 e 2011, que tinham como alvo as agências do governo sul-coreano e instituições financeiras, levando ao colapso de suas redes. Em junho do ano passado, o jornal conservador JoonAng Ilbo teve seu servidor e site paralisados por um ciberataque que a polícia atribuiu novamente a Pyongyang.
O ministério da Defesa da Coreia do Sul informou nesta quarta-feira que seu alerta de ciberataques, chamado de "Infocon" e composto de cinco níveis, foi elevado do nível 4 para o 3.
Com as tensões militares na península coreana em seu maior nível em muito tempo devido ao teste nuclear realizado pelo Norte no mês passado, o índice Infocon foi levantado apenas recentemente de cinco para quatro - tendo um como o nível máximo de ameaça. "Nós não descartamos a possibilidade de que a Coreia do Norte esteja envolvida, mas ainda é prematuro dizer isso", informou o porta-voz do ministério da Defesa, Kim Min-Seok.