Para conseguir atingir um patamar de crescimento maior, levando em conta as estimativas de um crescimento mundial menor nos próximos cinco anos, a região da América Latina e Caribe deverá implementar reformas estruturais, principalmente relacionadas ao mercado de trabalho e aos investimentos. A recomendação faz parte do Informe Macroeconômico da América Latina e Caribe de 2013, divulgado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
A projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI) é de que o crescimento médio da região, no período de 2013 a 2017, seja 0,9 ponto porcentual menor do que no período de 2003 a 2007, quando a alta observada foi de 4,8%. Um dos fatores que explicam essa possível desaceleração é a diminuição prevista dos preços das commodities. "Preços mais baixos significam uma deterioração nas relações de troca comercial para a maioria dos países da região e, portanto, causam impacto negativo na receita", diz o BID.
O informe também aponta certa preocupação com o ritmo de investimentos e prevê uma desaceleração, de uma taxa de crescimento de 10% ao ano para 5% ao ano. Essa queda, segundo o documento, vai impedir que a região consiga reduzir sua lacuna de infraestrutura. Há ainda temor com a persistência dos ventos contrários que atingem os principais blocos econômicos mundiais.
De acordo com o documento do BID, para contornar essa estimativa de menor crescimento é preciso diminuir a má alocação de recursos. Os cálculos apontam que, se as reformas reduzissem o atual nível médio de má alocação de recursos dos países da região da América Latina e Caribe para o mesmo nível observado nos EUA, poderia haver, ao longo de dez anos, um crescimento adicional de 1% ao ano, no mínimo.