A presidente Cristina Kirchner anunciou nesta quinta-feira à noite o início oficial do empreendimento da Vale do Rio Doce para a extração de potássio a 200 quilômetros da cidade de Malarge, na província de Mendoza, no sopé da Cordilheira dos Andes.
- A totalidade da produção, que será ao redor de 4,3 milhões de toneladas, estará totalmente destinado à agricultura. Além disso, servirá para equilibrar nosso saldo comercial com o Brasil - afirmou Cristina durante um discurso na Casa Rosada, o palácio presidencial.
O investimento da Vale, segundo a presidente, implicará um desembolso de 30 bilhões de pesos (US$ 6,56 bilhões) por parte da empresa brasileira, além de gerar 16.750 postos de trabalho ao longo dos próximos 40 anos.
- Para colocar essa quantia para um investimento de tal magnitude é preciso ter confiança no país - afirmou Cristina. - Eles (a Vale) não erraram! A Argentina continuará trabalhando incansavelmente em tudo o que for investimento produtivo. Este investimento terá um efeito dominó positivo sobre mais de 2.500 pequenas e médias empresas.
A presidente sustentou que a Argentina se transformará no quinto produtor mundial e no terceiro maior exportador. Segundo Cristina, "os membros do clube do desânimo" - forma com a qual denomina a oposição, economistas e meios de comunicação críticos do governo - "tinham dúvidas sobre este projeto" com o Brasil. A dirigente destacou que "desde que assumiu (o ex-presidente Néstor) Kirchner, a relação com o Brasil deu um giro de 180 graus. Ambos países deixaram de encarar-se mutuamente como rivais". Segundo a presidente argentina, desde 2003 "o Brasil e a Argentina encaram um ao outro como verdadeiros sócios estratégicos, para estimular o desenvolvimento da região e contribuir à economia global em momentos muito difíceis". Em 2011 a Vale sofreu pressões de sindicatos da construção civil em Mendoza e pressões por parte dos governos de Mendoza e Neuquén. Mas, em julho passado já havia conseguido contornar os problemas.