Cinco anos depois de testemunhar o nascimento de cinco pequenos negócios, Zero Hora volta para conferir o destino dos personagens que embarcaram na ousada viagem que é abrir uma empresa no Brasil. O reencontro mostra que os protagonistas da série A Aventura de Empreender, publicada em fevereiro de 2008, tiveram trajetórias distintas, com histórias de sucessos e percalços. Confira:
Cinco anos depois e seis quilos a mais, é outra a ginástica de Jefferson DellOsbel, 30 anos. Ficou para trás a academia em dificuldades adquirida em 2007 e depois reabilitada pelo professor de educação física que virou empreendedor. Antes, em meio a halteres e esteiras, a rotina passou a ser contatos telefônicos com clientes no escritório e prospecção de novos negócios para o telentulho da família.
A guinada ocorreu 2009, quando o lucro da academia voltou a exibir musculatura. Começou pela intenção do pai, Jurandir, de dedicar mais tempo a si e vender o negócio criado com Marina, mãe de Jef- ferson, em 1999, em Alvorada.
- Resolvi administrar as duas por seis meses. Fiz levantamento de como estava o telentulho, quais os mercados que ainda poderia abranger e decidi vender a academia. O outro negócio tinha mais futuro - diz Jefferson.
Tire suas dúvidas sobre como montar uma empresa
Ao cotejar os dois ramos, viu que, para a academia crescer, teria de alugar um segundo ponto, contratar mais professores e atrair nova clientela. O telentulho poderia ser expandido de forma mais fácil.
- Consigo administrar de quatro a cinco vezes o tamanho que a empresa tem agora. E hoje já é três vezes maior do que quando assumi - afirma.
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A decisão também devolveu o convívio familiar. Vê diariamente a mãe, que segue na empresa, e o irmão caçula Petterson, 24 anos. Não raro, o pai convoca todos para um almoço no sítio ao meio-dia. Ainda é sagrado o churrasco das quintas à noite.
- Pais dificilmente conseguem ser patrões de filhos. Dos funcionários se cobra, dos filhos se passa a mão na cabeça. Mas agora estão preparados - diz a mãe.
Faturamento duplo
A sacudida da chegada de Jefferson ao Telentulho DellOsbel não parou. Mudança recente na legislação ambiental obriga que os resíduos de construção - restos de caliça, madeira, tijolos e pedras - sejam depositados em local licenciado. Como a Região Metropolitana tem pouco espaço, era uma oportunidade. Jefferson licenciou uma área para receber as sobras, abrindo negócios.
- Vamos dar consultoria a empresas, construtoras e municípios em planos de gerenciamento de resíduos. Quando um prédio for construído, por exemplo, venderemos o projeto, o transporte e a destinação correta - explica Jefferson.
Planejou uma usina de reciclagem de materiais de construção civil, que não avançou. Agora, passou a atuar na coleta de resíduos químicos.