O ritmo das máquinas dita o crescimento nas cidades gaúchas onde predomina a classe média. Com a economia movida pela indústria, Sapiranga, Parobé e Arroio do Meio são, entre os cem municípios do Estado com maior potencial de consumo, os de mais alto percentual de domicílios urbanos situados na camada intermediária do nível de renda, de acordo com estudo da IPC Marketing, que todos os anos faz um mapa da capacidade de compra das cidades brasileiras.
Encravados em vales circundados por morros e com origem na colonização alemã, o trio enfrenta o desafio de driblar a crise do setor calçadista que, nos últimos anos, fechou empregos em razão das dificuldades para exportar e das transferências para o Nordeste.
Com 18,7 mil habitantes e 247 indústrias, a sossegada Arroio do Meio é a que melhor vem se saindo na luta por diversificar a produção. O setor de carnes e rações é o mais forte, mas segmentos como os de produtos de limpeza, condimentos, balas, chocolates e leite ganham força na cidade sem sinaleiras que fica deserta após as 21h.
Atento à característica industrial de seu município, o casal Sérgio Alfredo Musskopf, 50 anos, e Roselei Fassbinder Musskopf, 41 anos, encontrou em um caminhão 1978 uma forma de aumentar a renda - e ao mesmo tempo passear. O vaivém da cidade faz crescer a procura por fretes e mudanças. Como o marido tem emprego fixo, é Roselei quem, na maioria das vezes, assume o volante do amarelinho, apelido dado ao caminhão que ajudou a família a construir uma casa nova sem grades e a comprar o primeiro carro zero-quilômetro neste ano.
A filha única do casal, Carine Musskopf, 22 anos, também é motivo de orgulho dos pais, que quando chegaram de Ibirubá em 1995 "com uma mão na frente e outra atrás" não imaginavam vê-la se tornar universitária e conhecer a Europa, de onde voltou há dois meses após um intercâmbio.
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